Eu não poderia me dar o luxo de
ficar ali parado até o fim da chuva. Precisava ir para a faculdade naquele
momento, pois o professor tinha marcado um trabalho oral, e tudo indicava que
eu iria ser chamado para responder as questões que ele tinha elaborado naquela
tarde. Comprei o guarda-chuva e fui para
baixo d’água, na direção do terminal de ônibus.
Por maior que fosse o
guarda-chuva, não havia como proteger meus pés da água que corria pelas ruas,
ou proteger a calça, que molhava por conta dos pingos em diagonal ocasionados pelo
forte vento.
Finalmente cheguei ao terminal
para pegar o ônibus. Somente nesse momento retirei a etiqueta do guarda-chuva e
procurei um cesto de lixo para jogar o papel. Não encontrei. Em nenhuma
plataforma. As lixeiras foram retiradas para que o local passasse por uma
reforma, mas, mesmo tendo finalizado a reforma, ainda não tinham
disponibilizado um local para jogar o papel, a casca do bombom, a lata de
refrigerante vazia. Enfim, o lixo produzido pelas milhares de pessoas que
transitam pelo terminal de ônibus. Um descabimento sem tamanho.
Logicamente não joguei o papel no
chão. Coloquei a etiqueta amassada no bolso e embarquei no meu ônibus, que havia chegado. Durante o
percurso, aproveitei para ler a apostila que o professor tinha passado. Eu
tinha que acertar três perguntas orais para garantir a pontuação máxima do
trabalho. [...]
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